Sindicatos pregam por união das categorias da Polícia Civil

Durante o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil do Estado de São Paulo, entidades sindicais revelaram acreditar que a conquista só será real quando houver unissonância entre a PCSP

Nesta segunda-feira, 22, aconteceu o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil do Estado de São Paulo, no auditório Franco Montoro, na Alesp. A iniciativa, encabeçada pelo deputado Reis, aconteceu às vésperas da votação do PLC 75/2023 proposto pelo Governo.

“Será que ele conhece os problemas da PCSP? Nós precisamos mostrar ao Governador e pedir que ele respeite a nossa Polícia, que está na UTI. Não é justo que a população pague pelo descaso do governo com aquela que era considerada uma das maiores polícias do mundo! E vamos lutar, sim, com a ajuda de todos, com uma união única, com o apoio desta casa e rogo, àqueles que foram eleitos pela categoria, que tenham um pouco de dignidade e não votem contra aqueles que os elegeram”, ressaltou o presidente do SIPESP, João Batista Rebouças da Silva Neto.

Durante a abertura do evento, Reis afirmou que essa luta beneficia a todos. “Lutar por uma polícia estruturada é garantia de que aqueles que cometem seus crimes serão punidos e é muito importante que, junte-se a nós os funcionários, os trabalhadores da segurança pública, a sociedade civil para cobrar que o governo cumpra seu papel”, iniciou o deputado.

De acordo com Reis, a PCSP está depreciada, vide o projeto de lei 75/2023, que trouxe distorções salariais, reacendeu o debate sobre acúmulo de trabalho e a dificuldade no exercício de suas funções. “É preciso uma união de esforços para recuperar esse trabalho e lutar pela valorização desses profissionais”, disse.

Para a delegada Jacqueline Valadares, presidente do SINDPESP, a questão salarial é primordial. “Investir na polícia civil é investir na segurança pública. Não se faz uma investigação sem uma polícia civil eficiente.Sabemos hoje que são feitos 7 mil boletins de ocorrência eletrônicos por dia. Falta aparato humano e material para a instituição. Espaços como esses precisam ser criados para buscarmos soluções”, apontou.

“Ainda não temos coletes, não temos armas, temos o pior salário do Brasil. Desejo que possamos fazer políticas sérias para a segurança pública. Há muito o que se discutir e muito a se implementar”, salientou o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo – SIFUSPESP, Fábio Jabá.

Do ponto de vista de Fernando Magalhães, presidente da Associação dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (AIPESP), a situação da polícia é degradante. “Ninguém se preocupa com a nossa saúde, com a nossa segurança. Eu sou a 3ª geração de policiais civis na minha família.. Eu nasci, eu cresci e eu vivi a polícia e posso dizer que é triste ver o quadro em que nos encontramos hoje. Precisamos mudar, precisamos reagir. Temos que nos unir, independente da entidade de classe. A polícia forte tem que ser respeitada. É isso que precisamos”, disse.

O deputado Carlos Giannazi também marcou presença na ocasião para relembrar que a polícia civil é forte e, como em 2008, pode se unir novamente para mostrar para o governo que é possível melhorar, além de ter ressaltado a greve de 2008 e a importância do presidente do SIPESP, Rebouças, que estava ao lado do deputado na greve. “A polícia vive uma contradição enorme de ser uma das mais mal pagas do Brasil. Nós temos que defender todos os servidores de São Paulo. Estou aqui porque vocês são nossos colegas servidores também. Estamos todos na mesma situação”, relembrou.”O PLC 75/2023 será votado nesta terça e será a [nossa] última chance. Embora o relator do projeto não tenha acatado as mais de 45 emendas que colocamos, por ordem de Tarcísio, amanhã é possível reverter o quadro com mobilização. Vamos utilizar os mecanismos regimentais para que sejam aprovadas as 45 emendas apresentadas, inclusive por deputados da base do governo, que, em tese, defendem vocês”.

Giannazi finalizou dizendo que “com a criação desta frente, temos a esperança de que algo vai mudar nesse estado. Essa frente não é só do deputado Reis, é dos 94 senhores deputados que compõem esta casa e que representam os 45 milhões de pessoas que habitam nesse estado de São Paulo”.

VOTAÇÃO

Segundo o deputado Reis, foram colocadas 45 emendas ao Projeto de Lei Complementar 75/2023, que trata do reajuste salarial das polícias, mas até o momento, o congresso não acatou emendas à proposta, atendendo pedido do governo estadual, que argumentou não dispor de orçamento suficiente para reajustes distintos dos apresentados.

A esperança da categoria é de que, com a nova votação do Projeto, que acontecerá nesta terça-feira, dia 23 de maio, às 14h, a categoria tenha uma boa notícia.

O pedido é de que haja, ao menos, 25% de aumento linear das policias.

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