
Ocasião contou com a presença do Deputado Estadual Paulo Reis, do Deputado Federal Mário Palumbo e do vereador Marcio Kenji.
Nesta segunda-feira (17/2) aconteceu o Ato Público pela Modernização e Valorização da Polícia Civil, orquestrada pelo coordenador do Fórum RESISTE – PCSP, delegado André Santos Pereira, no Largo São Francisco, centro de São Paulo. O local fica em frente à Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, em simbolismo à necessidade de atenção das autoridades competentes à Polícia Civil paulista.
A iniciativa reuniu representantes de 15 sindicatos e associações da Polícia Civil. São elas: Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP), Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (SIPESP), Associação dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo (AEPESP), Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo (AFPCESP), Associação dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (AIPESP), Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de São Paulo (APPESP), Associação dos Servidores Públicos da Polícia Científica do Estado de São Paulo (ASPCESP), Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado (CONACATE), International Police Association (IPA), Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado De São Paulo (SEPESP), Sindicato dos Trabalhadores em Telemática Policial do Estado de São Paulo (SINTELPOL), Sindicato dos Policiais Civis de Santos e Região (SINPOLSAN), Sindicato dos Trabalhadores na área da segurança pública do estado de São Paulo (SITRASPESP), Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região (SINPOL CAMPINAS E REGIÃO) e Sindicato dos Policiais Civis de Ribeirão Preto (SINPOL).
Todos os parlamentares foram convidados a participar do ato, mas apenas o Deputado Estadual Paulo Reis, o Deputado Federal Mário Palumbo e o vereador Marcio Kenji se fizeram presentes ao Ato Público.
Força única
Debaixo de um sol de 35º, os representantes das entidades no Fórum RESISTE – PCSP, demonstraram a legitimidade das prerrogativas abordadas pelo grupo. De forma conjunta, os policiais protocolaram pautas consensuais para garantir a participação na elaboração da nova Lei Orgânica Estadual da Polícia Civil.
Atualmente, a Polícia Civil de São Paulo enfrenta um dos piores salários do País; policiais desmotivados; alta evasão policial; número elevado de suicídio; grade déficit de policiais; 30 dias de sobreaviso ininterruptos; falta de critérios objetivos para promoções; baixo indice de renovação nos cargos de direção; injustiças contra aposentados; e normas ultrapassadas, anacrônicas e ineficientes.
“Pretendo apresentar ao Fórum Resiste a minuta do nosso plano de carreira e vamos lutar por meio dos nossos parlamentares”, afirmou André Pereira. Entre os itens abordados e considerados indispensáveis dentro do debate das entidades estão: REMUNERAÇÃO, PLANO DE CARREIRA, JORNADA DE TRABALHO, SAÚDE, PREVIDÊNCIA e PRERROGATIVA.
“Somos a polícia que cuida da investigação. Somos quem vai desvendar como o crime aconteceu, quais as circunstâncias, quem vai conduzir as forças policiais pela legalidade, quem vai formalizar, é a Polícia Civil, por força do artigo 144 da nossa Constituição Federal. As competências e prerrogativas da PCSP devem ser observadas por prestarmos um serviço essencial para a população! De maneira reativa, temos sempre que estar defendendo essas prerrogativas”, afirmou o coordenador do RESISTE, André Pereira.
O representante do SIPESP no RESISTE PC-SP, o secretário geral Joraci de Campos, esteve presente e opinou sobre a situação da polícia. “O SIPESP é um sindicato classista pioneiro em São Paulo, com 50 anos de luta! A participação do Sindicato dos Investigadores no RESISTE demonstra a nossa vontade de colaborar em unicidade com outras entidades para fortalecer as prerrogativas da Polícia Civil como um todo, claro, mas também continuar defendendo, como representantes legítimos dos investigadores de polícia, os interesses da nossa carreira”, disse.
A pauta de consenso do Fórum RESISTE contém 18 itens de reivindicações, aprovadas pelas entidades e que cria uma proposta de regulamentação justa e unificada da nova Lei Orgânica da Polícia Civil.
Reconhecimento dos parlamentares
“Eu tenho muita gratidão pela polícia civil. Fui eleito porque tem um delegado antes do Palumbo. Independentemente da sua carreira, nós somos todos policiais civis. Vocês não podem falar, mas eu posso e vou defender a polícia civil. Contem comigo!”, disse Palumbo.
Para Kenji, investigador de polícia há 29 anos, os herois não são os parlamentares, mas sim os policiais civis. “Todos que estão presentes neste calor, resistindo, merecem o reconhecimento. A tristeza que a gente sente hoje de ver uma polícia civil desmotivada, sucateada e mal paga. É importante que o Derrite observe esse evento e a luta”, contou. “Do jeito que está indo, a polícia civil fecha as portas. A quem vamos recorrer? Batman, Superman? A PCSP precisa ser valorizada! O senhor [Derrite] precisa fazer melhor pela nossa polícia!”.
Reis, um parceiro de luta conhecido entre a polícia civil, disse que o local foi providencial, em frente à SSP. “A unidade e a mobilização da categoria é muito importante se quiser ter retorno. Aqui era para estar lotado! Era para Derrite olhar lá de cima e ver um mar de componentes da segurança pública. Queremos ser uma PC forte e valorizada. Mas não dá para esperar regulamentar a lei orgânica nacional para esperar ver essa valorização acontecer. Ela se dá pelos atos do dia a dia. Se não há atos de governo buscando essa polícia forte, estamos vivendo uma falácia!”, disse.
Sobre o reajuste, mais uma vez, não há um parecer do governo, de acordo com Reis. “Se o projeto está pronto, mande para a assembleia votar. Enquanto vai jogando para o ano da eleição, não tem reajuste, como não houve ano passado. E na lei orçamentária deste ano não tem um artigo sequer que fale do reajuste dos servidores públicos. É assim que o governo vai fazer, porque na questão da lei orgânica vai ter que readequar o plano salarial”, lamentou. “Em 2008 tivemos resultados práticos porque emparedamos o governo, nos mobilizando e tendo unidade entre nós, que possa ter resposta para todas as categorias, em consenso”.
Segundo Reis, no dia 13 de março haverá uma audiência para que seja possível sanar as dúvidas sobre o que precisa ser feito em prol da LO e da Polícia Civil, junto aos integrantes do Fórum RESISTE-PCSP.