De acordo com o assessor do secretário de justiça, Cunha Lima, nova gestão está agindo de forma unificada para sanar os problemas dentro da Polícia Civil

Nesta quarta-feira, 31 de maio, a diretoria do SIPESP, representada na ocasião pelo presidente João Batista Rebouças da Silva Neto, pelos diretores Joraci de Campos e Adilson Ferreira da Silva e pelos advogados Wilson Rangel, Eduardo Janeiro e Fábio Alencar, estiveram na Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo para uma reunião com o representante do secretário de segurança pública, o delegado dirigente da assessoria policial civil do gabinete do secretário, Luis Fernando Camargo Cunha Lima.

O encontro denota uma nova fase e um relacionamento mais estreito entre o sindicato e a nova gestão do Governo de São Paulo, que está mais atento às agruras enfrentadas pela Polícia Civil. “Queremos trabalhar de forma uníssona com o Governo”, disse Rebouças.

“Pela primeira vez são policiais que estão à frente e, por isso, sou entusiasta da nova SSP”, iniciou Cunha Lima. “O secretário Derrite conhece de perto as necessidades das policiais”.

Confira abaixo os assuntos tratados na reunião.

NOVOS CONCURSOS

Cunha Lima ressaltou, logo no início da reunião, o novo concurso que está em andamento para a contratação de 900 novos policiais. Os candidatos, segundo o assessor, estão na fase oral e, em breve, serão criadas mais 1200 vagas para investigador de polícia. “A falta de policiais é a principal queixa de inúmeros representantes, sejam eles políticos ou sindicais”, salientou.

É interessante que, de acordo com o assessor, os candidatos já se candidatem no DEINTER respectivo à sua região de atuação de preferência. “A qualidade de vida do policial é importante”, disse.

Apesar da abertura de novas vagas, atualmente um dos problemas enfrentados é que tem candidatos que conseguem chegar à fase final e acabam desistindo da vaga, situação que está tentando ser amenizada com a valorização salarial da base, de acordo com o delegado.

EXCESSO DE TRABALHO

Atentos aos problemas da categoria, o SIPESP levou também ao conhecimento do assessor a excessiva carga de trabalho, especialmente dos colegas do interior que continuam penando com o transporte de presos, trabalho que ainda acontece em algumas regiões como Marília e Apiaí. O SIPESP entregou para o representante um documento pedindo uma intervenção nessa questão para esses colegas que procuraram o sindicato pedindo auxílio.

De acordo com Cunha Lima, só ficarão a encargo da polícia civil os presos temporários. “Nessa questão dos presos, acho que demos um bom passo”.

A escolta de presos e audiência de custódia é uma função que o SIPESP, entre 2007 a 2011, ao lado do então secretário de justiça Antonio Ferreira Pinto, conseguiu transferir da PC para a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Antes dessa conquista do Sindicato, não havia qualquer regulamentação a respeito. No entanto, mesmo em uma escala menor, este atributo ainda acontece porque a SAP não tem pessoal e o policial civil acaba tendo que fazer esse trâmite.

REESTRUTURAÇÃO DAS CARREIRAS

Outro ponto importante que o SIPESP abordou durante a reunião foi a necessidade da reestruturação das carreiras. Atualmente, a PCSP congrega 13 carreiras, sendo que em alguns estados não passam de cinco, o que pode ser prejudicial para a entidade.

Do ponto de vista do delegado Cunha Lima, é possível realizar a reestruturação, mas desde que a própria polícia se estruture, antes de tudo. “É uma questão interna da polícia civil. A resistência a isso é interna. Enquanto não nos sentarmos para conversar, não chegaremos a lugar algum”.

VALORIZAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO

A SSP afirma que o foco é a valorização do policial. E a valorização, para o órgão, não é apenas ligada ao salário.

Entre os tópicos mais mencionados por investigadores, seja no canal direto com o Sindicato pelo telefone e e-mail ou pelas redes sociais, destacam-se a dificuldade atrelada às condições de trabalho impostas, como a falta de viaturas, armamento, coletes, escalas abusivas e, claro, a defasagem salarial.

“Está longe do ideal? Está! Mas existe uma boa intenção, uma vontade de ajudar”, disse o delegado sobre a nova gestão do Governo. “É o início de uma gestão com muitos problemas a serem enfrentados. Mas o reajuste desse ano foi o primeiro passo de outros que virão”.

As limitações de atendimento no IAMSPE também foram destacadas pelo SIPESP. O Sindicato vai, a pedido da secretaria, elencar todas as sugestões pertinentes aos tópicos abordados na reunião e que serão levadas ao conhecimento e análise do delegado-geral Artur Dian e do secretário Guilherme Derrite.

Para o SIPESP, esse é um passo para que a Polícia Civil consiga progredir. “Queremos participar, ajudar a fazer acontecer. Essa é uma proximidade que não tínhamos e vai colaborar para que possamos fazer a PCSP ainda mais grandiosa”, salientou Rebouças.

“Não vou dizer que temos condição de mudar o mundo, mas vamos aproveitar esse momento para fazer funcionar”, finalizou Cunha.

PRÓXIMOS PASSOS

Agora que o SIPESP conseguiu estabelecer um relacionamento com a SSP, com a Delegacia Geral, com a ALESP e com o Governo, os próximos passos são de mais trabalho.

“Continuaremos ouvindo a nossa categoria. Vocês nos mandam mensagem, nos ligam e pedem que continuemos o trabalho sindical e isso será feito. Estamos levando ao conhecimento dos governantes nossos problemas do dia a dia e insistindo para que esses pleitos sejam atendidos”, afirma Rebouças.