Aparelho usado pelos órgãos de segurança americanos para correção de deficiências e estímulo de habilidades agora estará disponível para associados e não associados.

A falta de treinamento entre policiais é uma realidade que já é enfrentada há muito tempo. A deficiência com relação ao treinamento de tiro é uma das principais, por ser tratada como uma atividade cara e trabalhosa, muitos concluem o curso sem ter efetuado a quantidade mínima de disparos necessários para uma formação adequada. Pensando nisso, o SIPESP buscou uma alternativa que possibilita a prática de uma forma segura e barata para todos os policiais civis – associados ou não.

Na última sexta-feira, dia 29 de setembro, o SIPESP recebeu, em sua sede, uma equipe de demonstração de um aparelho virtual para treinamento de tiro, o DART. O primeiro encontro permitiu que policiais civis conferissem e testassem a proposta oferecida para melhoria da prática de tiro e também ficassem ainda mais atentos às falhas do Governo ao não oferecer treinamentos adequados para a categoria.

Por ausência política, atualmente as polícias não possuem um estande de tiros adequado para o treinamento policial, nem os equipamentos de segurança aconselháveis para a prática. Também não recebem ajuda de custo para que procurem um estande disponível para fazer o treino, o que muitas vezes leva os policiais a fazerem o curso sem qualquer tipo de reembolso.

Mais um motivo para que o SIPESP atue, novamente, em prol da Polícia Civil.

Treinamento virtual
Usado por órgãos de segurança americanos, como o FBI, CIA, U.S. Police, entre outros, o DART, desenvolvido pela SWAT, oferece simulações por computador que permitem a prática da habilidade de tiro em um ambiente seguro, sem custo de munição de problemas logísticos de um campo de tiro tradicional, o que torna a atividade totalmente portátil, acessível, eficiente e fácil.

O aparelho, atualmente, fica disponível em todas as unidades policiais dos EUA e permite um treinamento similar ao de uma arma de fogo porque ele faz a simulação do recuo da arma, o que garante a prática de tiro de precisão. São mais de cem cursos pré-instalados, cada um com um objetivo, desenvolvido para apurar técnica ou melhorar alguma deficiência do policial no manuseio da arma.

“Com o sistema é possível aumentar o volume de treinamento das equipes policiais a um valor mais acessível, já que é possível disparar quantas vezes quiser, sem o custo da munição”, afirma o treinador de tiro Marco Antonio Aguiar.

A tônica do treinamento é preparar o policial para agir com precisão, potência e velocidade, além de desenvolver rapidez de raciocínio e de disparo e criar reflexos para decidir qual alvo acertar primeiro.

A iniciativa do SIPESP, de acordo com o presidente João Batista Rebouças da Silva Neto, é criar um estande para que os policiais possam desenvolver suas habilidades diariamente. “Vamos abordar os riscos que correm, como evitar esses riscos dentro de uma abordagem ou confronto e garantir que não seja atingido. Já que o Estado não dá as condições para um bom preparo dos policiais civis, o Sindicato vai dar, tanto ao sócio quanto ao não sócio”, esclareceu.

Prática necessária
Antônio, investigador de polícia que participou da aula prática de demonstração do DART, avaliou o desempenho do estande virtual. “Achei o sistema muito bom! Você não tem custo de munição, pode usar em qualquer lugar e, além de tudo, é um curso portátil. Você tem a possibilidade de visualizar o seu aproveitamento e, com isso, pode se aprimorar rapidamente”, disse.

Para o investigador, a iniciativa do SIPESP é positiva e traz benefícios à categoria. “[O Sindicato] está de parabéns. Essa demonstração está sendo interessante e primordial para o uso de armas no dia a dia. Atualmente estamos precisando, cada vez mais, atirar bem, primeiro por conta da quantidade de troca de tiros e, segundo, pela cobrança da mídia, então estamos necessitando disso mesmo”, contou.

A proposta inicial do SIPESP é que o treinamento também seja levado aos policiais do interior. “Vamos tentar expandir a iniciativa para que os DEINTER do interior de São Paulo possam participar dessa experiência”, afirma o presidente Rebouças. A questão logística está sendo estudada pela diretoria.

Estiveram presentes também, atendendo o convite do SIPESP, os representantes do 7º BPM/M, Sargento Marcelo, Capitão Moser e Capitão Pagoto, demonstrando que as policias devem seguir unidas em busca de melhorias nos interesses comuns para ambas as categorias.

Como participar
O primeiro dia do curso será realizado nesta quarta-feira, 3 de outubro, às 14h. Após, o treinamento será realizado todas as quartas-feiras, em três horários: às 14h, às 15h e às 16h. Para participar, basta comparecer à sede do SIPESP, na Avenida Cásper Líbero, 58 – 7º andar. Neste primeiro mês o treinamento será totalmente gratuito para sócios e não sócios; no segundo mês não sócios poderão realizar o treinamento por um baixo custo que deverá ser consultado diretamente no Sindicato.

Mas fique atento: a partir do dia 1º de novembro todos deverão agendar o horário de treinamento diretamente com a Secretaria do SIPESP pelo telefone (11) 3326-8307. Participe!