Sindicato distribuirá insumos emergenciais para cerca de 500 policiais que trabalham em delegacias situadas em regiões mais afetadas.

O coronavírus já matou mais de 258 mil pessoas em todo o mundo; no Brasil, já são quase 8 mil óbitos; só o estado de São Paulo já tem mais de 2.851 mortes – e segue crescendo em ritmo acelerado. Mesmo diante de uma pandemia dessa magnitude, a Polícia Civil paulista enfrenta o vírus da forma mais cruel: sem qualquer proteção.

Logo no início da pandemia o SIPESP – que foi o primeiro a buscar soluções -, encaminhou ofício para a Delegacia Geral de Polícia (DGP) frisando a necessidade de insumos como luvas, álcool em gel e máscaras para que a polícia continuasse prestando seus serviços de uma forma mais segura e humana.

Em 17 de março, o delegado geral de polícia, Ruy Ferraz Fontes, publicou a portaria n.16, que “estabelece rotina emergencial para atendimento nas Unidades Policiais, em decorrência da pandemia de novo coronavírus (Covid-19) e dá outras providências”, mas que não prevê a proteção dos policiais nas ruas para o atendimento da população, questão que hoje, no meio da pandemia, justifica a iniciativa do Sindicato.

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“A polícia está exposta aos riscos de contaminação. Recebemos várias denúncias e os diversos relatos são de que não há nenhum tipo de equipamento de segurança sanitária sendo fornecido”, salienta o presidente João Batista Rebouças da Silva Neto. “Entendemos que é um problema novo e de uma magnitude inimaginável. Mas a falta de proteção dos policiais vai contra a recomendação do próprio governo. A exigência de paramentos existe justamente para evitar a disseminação da doença”.

Em São Paulo, a quarentena foi prorrogada três vezes pelo governo paulista por conta do aumento crescente da doença entre a população. A taxa de isolamento é muito baixa: no interior ela fica em torno de apenas 44% e, na capital, 53%. Segundo especialistas, a taxa ideal para evitar a propagação do vírus é de 70%.

Por isso a preocupação só aumenta: entre policiais e bombeiros, que não podem praticar isolamento, já são mais de 800 casos de coronavírus. Entre a Polícia Civil, em abril, 150 agentes da PCSP foram afastados por suspeita de infecção pelo coronavírus.

A Secretaria de Segurança Pública informou que “todo policial com suspeita ou diagnóstico do COVID-19 está devidamente afastado, conforme orientações do Comitê de Contingência do coronavírus a Instituição que acompanha seu quadro clínico, fornecendo todo o suporte necessário para sua recuperação. A pasta também tem adotado todas as medidas necessárias para garantir a proteção acerca do COVID-19, como aquisição e distribuição de novos equipamentos de proteção individual (EPIs), máscaras e luvas, para os servidores e agentes de segurança”.

Neste momento, 0,5% do efetivo das polícias está afastado.

Tentativa

O governo paulista implementou mais atendimentos pela internet por meio da Delegacia Eletrônica (www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br), que começou a registrar casos de violência doméstica, ameaça, estelionato, roubo ou furto à residência, roubo ou furto de carga, crimes contra o consumidor, entre outros.

Apesar de mais essa possibilidade ter sido anunciada no auxílio ao combate e propagação do coronavírus, o atendimento presencial prossegue normalmente. O que era a premissa de proteção, ainda é pesadelo para os policiais que seguem atendendo a população.
O SIPESP continua recorrendo para que as determinações do governo sejam atendidas em prol dos policiais civis.

Iniciativa do Sindicato

Enquanto o governo não age, o SIPESP está novamente entrando em ação para que os insumos necessários cheguem aos policiais civis.

O Sindicato começará a distribuir máscaras e álcool em gel para as delegacias situadas em zonas mais afetadas pelo coronavírus. A iniciativa alcançará 30 delegacias, beneficiando cerca de 500 policiais.

A distribuição para as unidades terá início na próxima segunda-feira, dia 11 de maio.