Evento resultou na elaboração de uma ata com as principais prerrogativas de todas as polícias expostas pelos presidentes sindicais e representantes de instituições

O evento “SOS: Segurança Pública – Audiência Pública por melhoria da categoria dos policiais civis e técnico- científicos do Estado de São Paulo”, realizado pela deputada estadual Adriana Borgo (PROS) nesta quinta-feira, 10, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), reuniu representantes de diversas categorias ligadas à polícia civil e militar para expor e decidir as primeiras ações a serem cobradas do atual governo para benefício das polícias paulistas.

Coordenadora da frente, Borgo reafirmou a necessidade do reajuste salarial para a polícia. “Se a gente não ouve, a gente não sabe o que está acontecendo. Quando a gente faz a fusão entre todas as categorias e, dessa fusão, sai uma pauta única, temos muito mais força!”, afirmou.

Pontos comuns; luta conjunta

Para a presidente do Sintelpol (Sindicato dos Trabalhadores em Telemática Policial do Estado de São Paulo), Lucia Sarnelli, o déficit dos policiais é preocupante e é um dos pontos cruciais da PCSP. “Todo fim de semana sai aposentadoria de funcionário. Estão indo embora, estão cansados, com problemas de saúde mental… Acúmulo de funções cansa e não dá perspectiva. Separados não vamos conseguir nada”, afirmou.

“Estamos todos no mesmo barco. O adversário que nos sufoca é o mesmo”, afirmou Jarim Lopes, da Associação Internacional da Polícia (IPA – São Paulo). Lopes relembrou o dia 27 de setembro, quando representantes de toda a polícia estiveram na Praça da Sé mobilizados na busca pela paridade salarial para aposentados e pensionistas. “Naquela ocasião, estima-se que havia 20 policiais militares para 1 policial civil; hoje a situação inverteu-se aqui”, disse, relembrando a importância da participação de todas as carreiras.

Indignação foi a palavra-chave quando representantes do “Coração Cinza Bandeirante”, que reúne policiais militares que foram demitidos administrativamente, deram seus depoimentos. Hoje, eles somam mais de 35 mil ex-policiais que prestaram concurso e passaram em rigorosos exames de admissão para que, grande parte prestes a se aposentar e com muitas décadas de serviço, perdessem os direitos dentro da função exercida. “Usam nossos herois e os jogam fora dessa forma para a sociedade”, lamentou Borgo.

Triste realidade

Os problemas não são exclusivos aos investigadores de polícia. Após conhecer as demandas das outras carreiras, o SIPESP, representado pela diretora jurídica Maria Helena Torres, elencou as lutas travadas pelo Sindicato junto ao governo em prol de toda a Polícia Civil bandeirante.

“Solidarizamos-nos com as lutas das demais classes policiais. A luta pela melhoria na Segurança Pública exige a união e a soma de esforços de todos nós”, disse a diretora. “Hoje lutamos energicamente por três pontos nevrálgicos: pelo aumento de salário e valorização pessoal da Polícia Civil; por mais investimentos em infraestrutura; e pela reestruturação da Polícia Civil”, apontou.

Torres ainda relatou que, apesar das inúmeras tentativas de contato com o governador, o Sindicato não tem um retorno concreto, mas não se esquiva das tentativas. “Há sempre um compromisso, mas essas situações calamitosas precisam da atenção do Governo do Estado. A polícia precisa se unir e devolver a dignidade aos nossos policiais e nossa sociedade”.

Contagem regressiva

O governador João Doria afirmou que enviará, até o dia 31 de outubro, o Projeto de Lei para o aumento salarial dos policiais. O documento será apreciado na Assembleia Legislativa do Estado, seguido por votação.

Se até essa data não houver um retorno sólido do governo, as polícias prometeram mobilização em frente ao Palácio do Governo.

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