Aumento sequer cobre defasagem de seis anos sem reajuste; governador também apresentou pacote de valorização, mas categoria segue frustrada.

Após se indispor com a categoria, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira, 30 de outubro, o tão esperado aumento para cerca de 280 mil servidores ativos e inativos, inclusive pensionistas das Polícias Civil, Militar, Técnico-Científica, bombeiros e agentes penitenciários. Com um aumento de apenas 5%, a categoria levanta hipótese de paralisação junto ao Sindicato.

“Todas as medidas passam a valer a partir de 1º de janeiro de 2020”, disse Doria. O reajuste representa R$1,5 bilhão no orçamento do estado de São Paulo para o próximo ano.
“Vamos melhorar ano a ano o salário das polícias e dos aposentados. São Paulo é o estado com os melhores índices do País, de longe, com relação a outros indicadores feitos no Brasil e pela ONU”.

“Considerando que a nossa polícia está sem reajuste desde 2013, a medida anunciada pelo governador não alcança nem a perda inflacionária salarial da nossa categoria. São seis anos de desfalque! Isso é um verdadeiro desrespeito!”, afirmou o presidente do SIPESP, João Batista Rebouças da Silva Neto durante a coletiva.

O governador também apresentou cinco pacotes de valorização além do reajuste: segundo ele, os policiais receberão assistência jurídica gratuita, paga pelo estado, não se aplicando a casos disciplinares, administrativos ou de corrupção; bonificação por resultados que passa a ser bimestral, seis vezes ao ano, antes eram quatro bonificações; auxílio alimentação de todos os policiais será equiparado ao maior valor disponível, R$ 796 de acordo com a jornada e o reconhecimento a todos os policiais o direito de adicional de periculosidade.

“Durante quatro anos sucessivos vamos promover melhoras para a melhor polícia do Brasil; não apenas com as condições salariais, mas com as melhores condições de trabalho: equipamentos, armas, tecnologia, condições adequadas de trabalho fisicamente nas delegacias, nas instalações”, prometeu.

“Ele lança esse monte de propostas que são um cala-boca para o verdadeiro problema salarial da nossa polícia. Assim que o projeto for divulgado, vamos convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para consultar os rumos de uma possível mobilização da Polícia Civil”, alertou Rebouças.

A proposta de Doria será enviada à Assembleia Legislativa para aprovação dos deputados.