Agravo de instrumento proposto pelo secretário de segurança mostra o desinteresse do governo em ouvir todas as carreiras policiais civis

A categoria enfrenta momentos de incertezas e, mais do que nunca, precisará manter-se unida contra os interesses escusos dessa nova gestão de governo. Nesta quinta-feira, 19, o SIPESP foi novamente impedido de participar do grupo de trabalho que definirá os termos da transferência para a pasta da Secretaria da Justiça.

Por meio de um recurso chamado Agravo de Instrumento, proposto pelo secretário de segurança pública, o presidente João Batista Rebouças da Silva Neto foi vetado, mais uma vez, de participar da nova reunião do grupo de trabalho, que aconteceria nesta sexta-feira, 20.

A justificativa do magistrado que inibiu a participação do SIPESP, desembargador Fernão Borba Franco, é de que “foi obedecido o regulamento, pois delegado de polícia é policial civil e que, ademais, superiores hierárquicos”.

Essa decisão agrava ainda mais a situação da polícia civil, que tem sido alvo de declarações enganosas sobre as verdadeiras preocupações que a mudança trará para a polícia civil. Nesta semana, em entrevista para a rádio Jovem Pan, o governador Márcio França utilizou de dados enganosos de que 80% da polícia civil estaria de acordo com a mudança de pasta.

“Ele fez essa afirmação sem considerar a classe operacional – que representa 95% das carreiras policiais civis- , que mais uma vez foi prejudicada, deixando a situação e o futuro da polícia civil ainda mais obscuros. A comunicação já estava difícil e agora, sem a nossa participação nesse grupo, mais uma vez estamos nas mãos dos delegados de polícia, que não representam nosso posicionamento”, lamentou o presidente Rebouças. “Estamos sozinhos nesta luta. Agora é hora da base se unir para conseguir alcançar melhorias e dar um rumo vantajoso para nós”.

Ainda cabe recurso da decisão e o SIPESP lutará até o fim pelos direitos da categoria.