Suicídio entre profissionais da segurança pública é um problema grave no Brasil

A chegada de setembro traz à tona um grave e antigo drama da segurança pública no Brasil: a saúde mental dos policiais civis e militares.

No Brasil, o número de policiais que tira a própria vida é maior que o dos que morrem em serviço. Segundo o relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em outubro de 2020, só em 2019, 65 policiais militares e 26 civis cometeram suicídio. Naquele mesmo ano, o número de PMs mortos em serviço foi de 56 e o de policiais civis, 16. O número de policiais mortos fora de serviço foram 101.

São Paulo e Rio de Janeiro lideram os números de notificações, com 15 e 13 suicídios consumados de profissionais de segurança pública registrados, respectivamente. Entretanto, ao comparar as taxas da Polícia Militar, que leva em conta o efetivo de cada estado, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem na 5° e 6° posição no ranking, com 0,9 suicídios consumados notificados para cada 10 mil PMs. Alagoas lidera o ranking com taxa de 4,5, seguido do Piauí com 3,5 e Ceará com 2,77.

Homicídio seguido de suicídio

Em 2019, de acordo com o Boletim IPPES (Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio), 16 casos de homicídio seguido de suicídio foram notificados. A média de idade dos agentes envolvidos foi de 41 anos e todos eram do sexo masculino. A companheira ou esposa foi a vítima do homicídio em 12 casos. Ex-esposa, atual companheira, filho e colega de trabalho somam 1 caso registrado cada. Entre as palavras que mais surgiram nos relatos das ocorrências, “casal” e “discussão” surgem com destaque. A arma de fogo também foi o principal meio empregado nessas ocorrências.

Rede de apoio

O presidente do SIPESP ressalta que é importante a construção de ações para prevenção do suicídio e destaca a importância das instituições nesse processo. “Aqui no SIPESP oferecemos tratamentos junto a profissionais especializados, visando prevenir e tratar qualquer problema que o policial esteja enfrentando”, disse.

Segundo o relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em outubro de 2020, os números podem ser ainda maiores por falta de levantamento de dados pelo poder público. “Entre esses fatores figuram o próprio tabu, as interdições socioculturais em torno do tema, a existência de preconceito interno em relação ao policial em sofrimento mental e até a tentativa de proteger familiares da vítima diante da possibilidade de se perder o direito ao seguro de vida caso a causa da morte seja revelada”.

O Sindicato oferece, justamente, parcerias que visam criar essa assistência social e mental. Confira: http://sipesp.org.br/convenios/convenios-psicologia/

Fique atento aos colegas. Busque apoio.