Aconteceu, há 12 anos, a greve que se tornou marco histórico nas páginas da PCSP

Hoje, dia 16 de outubro, completamos 12 anos da greve realizada no ano de 2008 e que paralisou cerca de 90% de todo o efetivo da Polícia Civil em todo o estado de São Paulo. Foi um momento crucial que se tornou um marco da luta da categoria por melhorias.

Na ocasião, a união falou mais alto: policiais civis do estado de São Paulo – entre investigadores, escrivães, peritos e delegados – entraram em greve por tempo indeterminado no dia 16 de setembro, pedindo por reajuste salarial, equiparação salarial entre os ativos e inativos, reestruturação das carreiras e melhores condições de trabalho.

Para organizar a categoria, o SIPESP criou a Cartilha da Greve, que continha direcionamentos sobre a realização de registros dos casos de flagrante, captura de procurados e homicídios, por exemplo, entre outros procedimentos. A cartilha, entretanto, ressaltava o uso do bom senso na triagem dos casos e teve papel crucial para o bom andamento e adesão da mobilização.

A força da greve, que durou 59 dias, foi repercutida em toda a mídia nacional por ter mobilizado quase todo o efetivo da Polícia Civil de todo o Estado. A fatídica passeata até o Palácio dos Bandeirantes, onde aconteceu o confronto com a Polícia Militar que feriu 30 policiais civis, contou com a presença de mais de 12 mil pessoas.

Apesar dos esforços do SIPESP, dos demais sindicatos e associações e dos policiais que aderiram à greve, o Governo não cedeu às prerrogativas levadas para debate e a greve terminou, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 13 de novembro. Foram aprovados pela Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) o reajuste de 6,5%, a reestruturação da carreira de delegados e a exigência do nível superior para ingresso nas carreiras de Investigador de Polícia e Escrivães de Polícia.

“Relembrar nossa história é fazer a categoria entender que nada se consegue sozinho, sem luta. Aquele momento marcou o Governo, que viu que nós não cedemos e estamos alinhados nas nossas prerrogativas. Ainda há, infelizmente, muito pelo que lutar”, disse o presidente do SIPESP, João Batista Rebouças da Silva Neto.