Em live com participação do representante do concurso de 2017, Wallace Sousa, policiais civis questionaram atitudes do governo de João Doria.

Nesta segunda-feira, 17 de agosto, o SIPESP realizou uma transmissão ao vivo pelo Facebook (assista aqui) com o presidente do Sindicato, João Batista Rebouças da Silva Neto e o representante do concurso de 2017, Wallace Sousa, para debater o tema “A quem interessa o desmonte da Polícia Civil?”.

A live iniciou com a preocupação de uma entrevista do governador João Doria à Rádio Band, onde ele afirmou que a nomeação não acontecerá até dezembro de 2021. Segundo Doria, o governo paulista está seguindo lei determinada pelo Governo Federal, que proibiu a contratação de novos servidores. Clique aqui e confira parte da entrevista.

“Impedir essa nomeação é menosprezar, é querer acabar com a Polícia Civil”, disse Rebouças. Mais uma vez, os aprovados seguem sem previsão de posse.

De acordo com Wallace Sousa, a nomeação, ao ver dos candidatos, deveria ser algo automático. “Investimos muito para que chegássemos a essa posição atualmente, de aprovados. E para nós é lamentável, afinal, entramos nesse concurso de servirmos à população e oferecer o melhor com o nosso trabalho”, disse. “O governo tem inventado desculpas, tem feito promessas de nomeação pela mídia e redes sociais do governador”.

A primeira promessa aconteceu no dia 23 de julho de 2019, no programa do Datena, onde afirmavam que a nomeação seria realizada em setembro do mesmo ano; a segunda foi em novembro de 2019, na Rádio Bandeirantes, prometendo a nomeação em janeiro de 2020; a terceira e a quarta, nos dias 27 de janeiro e 04 de março, foram realizadas por meio das redes sociais oficiais do governo, onde prometeram a nomeação em fevereiro e abril de 2020, consecutivamente.

“O governador não cumpre o que diz e é irresponsável ao não tratar com dignidade uma polícia que foi uma das melhores polícias do mundo. Hoje, nos sentimos envergonhados”, lamentou Rebouças. “Os aprovados têm vontade de trabalhar, têm no sangue a vontade de ser policial e atender à nossa população”.

Questões administrativas

Sousa afirmou que foi realizada uma média baseada na saída de investigadores da PCSP nos últimos dois anos e encontraram o déficit de 45 policiais por mês. “Isso representa, mais ou menos, 542 investigadores que saem por ano. Até o final do mandato de Doria, estima-se que a polícia terá menos 1.626 investigadores”.

“E isso porque não estamos contabilizando aqueles que pedem licença por saúde, afastamento, entre outras questões”, complementou o presidente.

“Nós poderíamos facilmente estar repondo esse número”, disse Sousa.

Resistência das autoridades

Sobre a segunda carreata dos aprovados, no último dia 7 de agosto (clique aqui e veja a notícia), Sousa foi firme ao pedir apoio da categoria. “Teve uma tentativa, no Palácio do Governo, e fomos informados que não seríamos recebidos por ninguém. Só queríamos fazer uma manifestação organizada. Houve uma ordem do governo de que não poderíamos subir até o local onde estávamos antes. Sentimos nosso direito e nossa liberdade de expressão cerceados”, relatou. “O governo quer privar que esse tipo de coisa aconteça, que apareça na mídia”.

“Ninguém pode nos impedir de fazer uma manifestação. Com união, a gente consegue ter sucesso nas nossas prerrogativas”, apontou Rebouças.

“A Segurança Pública é serviço essencial e a defasagem nos quadros enfrentada hoje é histórica. “Precisamos de gente como você, que lute. O Sindicato precisa que as pessoas se unam para a polícia melhorar”, finalizou Rebouças.

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