Movimento passou pela Ponte Estaiada, em frente à Rede Globo e acabou no Palácio do Governo; com apoio do SIPESP, manifestantes cobravam ação do Governo

Os quadros da Polícia Civil de São Paulo estão em déficit. Grande parte dessa parcela se atrela à morosidade na recomposição do efetivo e reflete diretamente na eficiência da investigação criminal.

Apesar de no ano de 2017 ter acontecido a abertura do concurso e aprovação de 783 novos investigadores, o Governo não fez a nomeação de nenhum servidor. E isso fez com que a manifestação desta sexta-feira, 7, reunisse os aprovados para cobrar mais uma vez a responsabilidade da gestão João Doria para com a Polícia Civil paulista e a população.

Os manifestantes se reuniram às 7h na Ponte Estaiada, em frente à Rede Globo, onde permaneceram até às 11h e seguiram, em carreata, até o Palácio do Governo, na zona sul de São Paulo.

O SIPESP, representado pelo diretor Joraci de Campos e por Vitor Kisberi, esteve presente na manifestação em apoio à prerrogativa dos aprovados. “É essencial que eles tomem posse o quanto antes. A nossa categoria precisa ser fortalecida por meio da reposição de pessoal que hoje está aqui, se manifestando pelo seu direito de trabalhar”, afirmou Campos, durante a manifestação.

Mais de 70 pessoas estiveram presentes na manifestação.

“A chefia do Palácio dos Bandeirantes não queria nos deixar entrar. Depois de muita conversa, conseguimos subir para o mesmo local, mas já havíamos sido avisados que não seríamos recebidos por ninguém, e nosso objetivo era o governador”, lamentou Wallace Sousa, um dos organizadores do protesto. Por volta das 14h a manifestação foi encerrada.

Histórico

Segundo informações dos próprios aprovados, o governo já fez, até o momento, quatro promessas que não foram cumpridas. A primeira foi no dia 23 de julho de 2019, no programa do Datena, onde afirmavam que a nomeação seria realizada em setembro do mesmo ano; a segunda foi em novembro de 2019, na Rádio Bandeirantes, prometendo a nomeação em janeiro de 2020; a terceira e a quarta, nos dias 27 de janeiro e 04 de março, foram realizadas por meio das redes sociais oficiais do governo, onde prometeram a nomeação em fevereiro e abril de 2020, consecutivamente.

No ano de 2020, a primeira justificativa usada pelos gestores foi a pandemia, de que causou uma queda de arrecadação de tributos durante a pandemia de coronavírus. No entanto, vários setores estão sendo reabertos há mais de dois meses e os aprovados seguem sem previsão de conclusão da nomeação, direito conquistado por cada um deles.

Pelo Instagram dos aprovados (@aprovados_investigador_sp2017), eles afirmam que seguem “sem qualquer previsão concreta de nomeação. Muitos saíram de seus empregos, mudaram de cidade ou Estado e fizeram planejamento de acordo com o que foi dito e atualmente estão com suas vidas diretamente afetadas por todo este contexto”.

O SIPESP quer relembrar a todos que a Segurança Pública é serviço essencial e a defasagem nos quadros enfrentada hoje é histórica e no que diz respeito o cargo de investigador de polícia, é o que enfrenta os piores números.