Em apenas um dia aconteceram 400 fugas em Mongaguá; 926 em Mirandópolis; e 30 em Tremembé

Nesta segunda-feira, 16 de março, o estado de São Paulo registrou fugas e atos de insubordinação de presos do regime semiaberto em três unidades prisionais: cerca de 400 presos de Mongaguá, 926 de Tremembé e 30 de Mirandópolis, com mais gravidade; também aconteceu rebeliões e fugas em menor escala em Oswaldo Cruz, Hortolândia, Sumaré, Porto Feliz, e nos Centros de Detenção Provisória de São José dos Campos, Franco da Rocha e São Vicente.

Ainda não se sabe como os presos conseguiram escapar, mas eles teriam se rebelado após a suspensão da saída temporária como forma de medida preventiva para conter o avanço do coronavírus.

De acordo com a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) “as unidades de regime semiaberto, por determinação da legislação brasileira, não possuem vigilância armada. A pasta está tomando as devidas providências para sanar o problema”, afirmou a secretaria.

Ainda de acordo com a nota, “a medida foi necessária pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados.”

Os presos atearam fogo em seus pertences e, segundo a secretaria, o Grupo de Intervenção Rápida (GIR), composto por agentes de segurança penitenciária, esteve no local para auxiliar.

“Infelizmente os investimentos em inteligência anunciadas pelo Doria não evitaram as fugas”, lamentou o presidente do SIPESP, João Batista Rebouças da Silva Neto. “Não vimos ainda nenhum investimento em benefício da Segurança Pública e dos policiais”.

Todas as prisões rebeladas estão superlotadas. No CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Mongaguá, no litoral, a capacidade é de 1640 presos, mas estão lá hoje 2796 detentos. As penitenciárias Mirandópolis I e Mirandópolis II, no interior, abrigam 1.400 presos a mais. Em Porto Feliz, o CPP tem 700 presos acima da capacidade, assim como no CPP de Tremembé, que deveria ter no máximo 2672 detentos, mas há 3006 presos.

Até a manhã desta terça-feira, 17, 429 presos haviam sido recapturados.