Quadrilhas de estelionatários como a das cinco jovens presas no último dia 7, no Recreio dos Bandeirantes, têm aperfeiçoado sua atuação para enganar o maior número possível de vítimas. Investigações da Polícia Civil do Rio apontam que esses grupos criam centrais de telemarketing do crime, nas quais mulheres de classe média recrutadas atuam para praticar golpes, principalmente em idosos. A região do Recreio dos Bandeirantes e da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, é uma das que mais tem atraído essas quadrilhas para montar as suas bases.

Na central estourada no Recreio, havia uma organização de como o trabalho funcionaria no intuito de dar ainda mais veracidade ao golpe para roubar dados bancários das vítimas. Duas das acusadas — Anna Carolina de Sousa Santos e Rayane Silva Sousa — eram as responsáveis por fazer o primeiro contato com os alvos ao telefone, alegando ser da central telefônica do banco. Elas diziam que passariam a ligação para outro setor, deixando que entrassem em cena as outras três acusadas, que se revezavam. O trio — Yasmin Navarro, Mariana Serrano e Gabriela Silva Vieira — finalizavam o golpe, fazendo com que a pessoa revelasse seus dados bancários para a quadrilha.

O grupo tinha integrantes de outros núcleos, com funções distintas, que também estão sendo investigados. Os mais altos na hierarquia do bando são os responsáveis por recrutar as jovens e os demais integrantes do grupo, além de escolher o local de atuação. São eles os que mais lucram com o esquema. Em um caderno encontrado no apartamento no Recreio, os policiais encontraram anotações indicando o pagamento de R$ 416 mil para uma pessoa identificada como Junior no período de 15 dias. Há suspeitas de que o homem seja um dos chefes do bando.

No grupo de WhatsApp batizado de Apto 302 Recreio, número do apartamento onde funcionava a central, interagia com as cinco jovens presas uma pessoa identificada apenas como JN, que era avisado sobre os golpes que tinham dado certo e os dados bancários que elas conseguiam extrair das vítimas. O grupo era usado exclusivamente para tratar da rotina do trabalho criminoso na central.

A polícia já identificou que esses chefes têm recrutado jovens paulistas, além das cariocas para atuar nas centrais de telemarketing. Das cinco presas trabalhando no apartamento no Recreio, três são de São Paulo e duas, do Rio.

Fonte: EXTRA – Globo
Link da matéria: https://extra.globo.com/casos-de-policia/estelionatarios-recrutam-jovens-de-classe-media-do-rj-sp-para-atuar-nas-centrais-de-telemarketing-da-quadrilha-25116010.html