João Batista Rebouças da Silva Neto

Não é de agora que a Polícia Civil lida com pessoas querendo colocar cabrestos em suas funções. Na semana passada, o governador João Doria (PSDB) se manifestou colocando a Polícia Civil à disposição para proteger membros da Corte em caso de qualquer ameaça.

O governador, mais uma vez, demonstrou toda sua falta de conhecimento sobre nossa Polícia, questão que venho incansavelmente ressaltando em cada uma de minhas declarações.

Quando o senhor governador, que ocupa um cargo transitório, tenta atravessar e estipular novas atribuições como essa, ele começa a impor uma atuação política à polícia. A Polícia Civil de São Paulo é uma instituição de Estado e não de Governo.

A PCSP tem por atribuição principal (essencial) o desenvolvimento das atividades próprias administrativas e de Polícia Judiciária. Não somos uma polícia “politiquista”. Nós existimos para proteger os direitos fundamentais dos cidadãos.

A decisão de Doria sobre a nossa instituição nos deixa ainda mais perplexos no sentido de que, ao mesmo tempo em que ele deseja ser nosso chefe, ele descumpre projetos de melhorias para a Polícia Civil. Como pode o estado mais rico do país ser o penúltimo em investimentos na segurança pública? Hoje lidamos com a deficiência de muitas coisas, mas entre as principais, destaca-se a falta de policiais.

Nós conseguimos cumprir com nossas obrigações, sempre lidando com dificuldades e entraves. E Doria ainda quer nos dar novas? Entenda: o senhor está desmoralizado junto à PCSP e não exerce qualquer poder sobre a nossa polícia. Não precisamos de capatazes. Precisamos de aliados para tornar a nossa Polícia ainda mais forte.