Vacinação foi iniciada nesta segunda-feira; saiba como está sendo o processo de imunização da categoria

O Estado de São Paulo começou a vacinar policiais e agentes de segurança contra a COVID-19 nesta segunda-feira (5). A previsão é de que cerca de 180 mil policiais sejam vacinados nesta primeira etapa.

“Começam a ser vacinados 180 mil profissionais de segurança em todo o Estado de São Paulo. São profissionais da ativa das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, Corpo de Bombeiros, Agentes Penitenciários, Guardas Civis Metropolitanos, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e da Fundação Casa. Em 10 dias, praticamente todos desta população dos profissionais de segurança estarão vacinados”, disse o governador João Doria, que acompanhou, na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, o início da vacinação da categoria.

A campanha ocorre com uma operação logística montada para a distribuição de cerca de 180 mil doses de vacina, disponibilizadas aos agentes em mais de 87 unidades da Polícia Militar no Estado. O objetivo da medida é evitar aglomerações nos postos públicos de saúde, onde prossegue a campanha de vacinação para o restante da população.

A investigadora de polícia Ildete Santos, do 5ºDP – Osasco, que conhece pessoas que contraíram coronavírus, conta que tomou a vacina na terça-feira, dia 6. “Estava muito movimentado, mas não cheio. Estava muito bem organizado”, disse. De acordo com a investigadora, os policiais tiveram que realizar o pré-cadastro no site do Vacina Já. “Depois [do agendamento], recebemos através de nossa Seccional o dia e a hora em que cada policial deveria se apresentar no CPA M8, em Osasco, para receber a vacina. Todos estão receptivos a tomarem a vacina”, relatou.
Sobre a priorização dos policiais, Santos opinou que ficou confortada “quando soube da priorização dos agentes da SSP, pois, neste 1 ano de pandemia, perdi muitos colegas e amigos da ativa para a Covid 19. Os policiais fazem parte da linha de frente e, enquanto muitos têm de ficar em casa, nós estamos trabalhando diuturnamente nas ruas, atendendo pessoas na delegacia”.

Outro investigador que também não quis ser identificado, mas integra o 10º DP – Penha de França também disse ter conhecido pessoas que foram a óbito por conta da doença. “Acho que já deveríamos ter sido priorizados há muito tempo, não porque somos melhores ou alguma coisa do tipo, mas pelo tipo de ofício, por ter contato com várias pessoas em situação de risco. É uma atividade muito insalubre e com proteção básica, e o pior de tudo isso é que você, ao terminar seu plantão, volta para sua casa podendo disseminar o vírus para seus familiares e outras pessoas”, lamentou. “É uma situação muito complicada, por isso a priorização, assim como demais atividades como as pessoas que exercem suas atividades na área da saúde, enfim, se todos se unissem, contra este mal, estaríamos melhores”.

Vacinação


Para se vacinar, o profissional deve realizar um cadastro prévio no site “Vacina Já” (acesse aqui). Os profissionais serão informados dos locais para a imunização, assim como os dias e horários recomendados. Cada policial será encaminhado para um quartel da Polícia Militar de acordo com a proximidade do endereço de trabalho. A meta do governo é aplicar a primeira dose da vacina até a próxima segunda-feira.

A vacinação é exclusiva aos profissionais da ativa das instituições, com exceção daqueles que não atendem aos critérios médicos estabelecidos pelas autoridades de saúde, como gestantes, lactantes, ter tido a COVID-19 há 30 dias ou menos.

A estrutura montada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado para imunizar os agentes inclui estão distribuídos da seguinte forma: 21 na capital, sete na Grande São Paulo, três na região de São José dos Campos, sete na região de Campinas, sete na região de Ribeirão Preto, cinco na região de Bauru, quatro na região de São José do Rio Preto, seis na Baixada Santista, quatro na região de Sorocaba, quatro na região de Presidente Prudente, seis na região de Piracicaba e dois na região de Araçatuba.

Prevenção e cuidados


Desde o início da pandemia, o SIPESP adotou todas as medidas necessárias e recomendadas pelas autoridades de saúde para garantir a proteção dos agentes contra a COVID-19.

Em uma ação inédita, o Sindicato investiu na aquisição e distribuição de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como máscaras, luvas e álcool gel para os servidores e agentes de segurança, além de materiais de auxílio para a higienização dos ambientes de trabalho e viaturas.

“Não hesitamos em começar a agir assim que fomos notificados pelos nossos colegas que eles não estavam recebendo o material necessário quando teve o aumento dos casos de coronavírus aqui no Brasil”, relembrou o presidente João Batista Rebouças da Silva Neto. “Conseguimos fazer a distribuição de insumos para mais de mil policiais das unidades mais críticas aqui na Capital, Grande SP e interior”.

Além disso, o SIPESP, por meio de seu departamento jurídico, também tentou sensibilizar a administração pública geral para que os policiais tivessem prioridade assim que a vacina fosse viabilizada. “Focamos nessa atuação para que pudéssemos garantir que todos os policiais fossem protegidos durante a atividade, essencial para toda a sociedade”, contou Rebouças.