Em reunião, que contou com a presença de representantes partidários, da diretoria do SIPESP e de policiais civis de diversas unidades de São Paulo, o Sindicato elencou medidas necessárias para o devido reconhecimento da Polícia Civil paulista.

Com o objetivo de conhecer as propostas para a polícia civil, o presidente João Batista Rebouças da Silva Neto recebeu, nesta quinta-feira (16), na sede do SIPESP, o pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo, Sr. Fernando Haddad e o líder do Partido Trabalhista (PT), Paulo Reis. A iniciativa é parte do projeto de atuação do SIPESP para estreitar relacionamentos com os candidatos a fim de garantir que a Polícia Civil seja uma das prioridades de gestão.

Reis (PT) foi o responsável por organizar a visita de Haddad ao Sindicato. “Insisti para que fizéssemos agora porque quando começa a campanha, é uma correria e não conseguimos. Essa é a maior categoria representativa da Polícia Civil de São Paulo e ele [Haddad] tem que se apropriar do sofrimento que a polícia de São Paulo está passando. Eu acompanho todo o governo tucano. Estou há 25 anos na PCSP e 4 na PM. Já são 28 anos do PSDB governando o estado de São Paulo. Infelizmente, São Paulo destruiu a polícia judiciária, em todo esse tempo que o PSDB governa que deixou a Polícia Civil de lado”.

“Somos gratos pela presença de vocês aqui. A Polícia Civil precisa de apoio”, apontou Rebouças. O presidente do SIPESP aproveitou a oportunidade para apresentar as principais prerrogativas da categoria. “Há muitos anos estamos sendo prejudicados por conta das más administrações que deixaram de dar a atenção necessária para a nossa segurança pública”, disse.

Documento ressalta as principais prerrogativas da categoria

No documento entregue pelo presidente Rebouças e assinado por Haddad e por Reis, o SIPESP elencou a necessidade de remuneração compatível com o nível superior exigido por força da Lei Complementar 1.067/2008, já que atualmente a PCSP recebe como nível médio; a contratação imediata dos candidatos que passaram nos últimos concursos, de modo que atenue a defasagem de pessoal; condições dignas de trabalho; combate ao descaso e enfraquecimento remuneratório que estão passando os policiais aposentados e pensionistas, que sofrem com descontos descabidos de seus salários; e estabelecer um canal de diálogo permanente com os verdadeiros representantes da categoria.

“Tem bastante pedido. Mas eu vejo que vocês são vítimas de um crime, tendo que combater o crime”, lamentou Haddad. “Nós viemos aqui para ouvir vocês. Como vamos fazer um trabalho sem saber exatamente o que se deve fazer? Por que o Estado mais rico da federação está nessa situação? Tem que ter uma explicação! Tenho certeza que vamos dialogar e ajudar a categoria, que foi sucateada, que foi destruída”.

Haddad também falou sobre várias questões preocupantes para a Polícia Civil e sobre o desequilíbrio da categoria. “Nós estamos treinando mal e sem foco para a segurança pública do cidadão. O sistema carcerário está inviável e não reflete o dia a dia do cidadão que continua se sentindo inseguro. Temos que reequacionar o sistema de segurança pública, que tem que passar por valorização profissional, investimento e inteligência.” destacou. “Temos que enfrentar a criminalidade da maneira adequada”.

De acordo com o candidato, as polícias (civil e militar) precisam ser valorizadas, serem preparadas – formativa e profissionalmente – e atuar de maneira combinada. “Acho que São Paulo pode liberar um projeto junto ao congresso nacional para que um governador progressista possa redesenhar um novo sistema de segurança pública e colocá-la em outro patamar”.

Por fim, Haddad disse querer saber qual a percepção da categoria para chegar, no ano que vem, com uma formação sólida do que tem que ser feito. “Esse é o intuito dessa reunião, além da aproximação necessária para uma parceria de confiança e amizade, preciso que me auxiliem a fazer um plano melhor para implementar com facilidade e confiança tudo o que precisamos para a Polícia de São Paulo”.


Perfil

Fernando Haddad (PT) é um político brasileiro, ex-prefeito de São Paulo, ex-ministro da Educação e professor universitário. Natural de São Paulo, candidatou-se à Presidência da República em 2018 e perdeu o segundo turno para Jair Bolsonaro (PSL) com 44,87% dos votos válidos, contra 55,13% do adversário. Formado em direito, com mestrado em economia e doutorado em filosofia pela USP, foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, ano em que foi lançado pelo PT à candidatura para prefeito de São Paulo, vencendo o tucano José Serra.