São policiais de mais de onze estados travando embate com o Governo para que haja um reajuste justo para todos

Agentes de segurança de onze estados estão pressionando os governos locais por reajustes salariais e planos de carreira dignos. Em cinco deles foram realizados, em fevereiro, paralisações ou atos que marcam a realidade cruel da polícia – civil e militar – na busca pela preservação de direitos essenciais, além dos já habituais embates públicos entre sindicatos e associações em busca de melhor remuneração, mesmo que sem paralisações.

Uma das situações mais graves está no Ceará, onde um senador chegou a ser baleado durante uma das manifestações.

No Espírito Santo e na Paraíba, as entidades de classe recusaram propostas superiores às oferecidos ao resto do funcionalismo de outros Estados. No caso do ES, a proposta do governo foi de 35% – com reajuste anual de 4% pelos próximos três anos, além de reposição inflacionária anual em torno de 3,5% – mas os servidores querem 55% de recomposição.

Em Pernambuco, os policiais civis querem salário inicial de R$ 6 mil e reestruturação de plano de cargos e carreiras. O salário inicial no estado, no ano passado, era de R$ 3.900.

Na Bahia, a votação da previdência dos funcionários públicos levou os policiais civis a quebrarem a porta do plenário da Assembleia Legislativa no final de janeiro. Ainda assim, a proposta de reforma na previdência dos servidores do estado foi aprovada.

Em Sergipe, policiais civis paralisaram as atividades e foram para a frente do palácio do governo com renda e carro de som. No estado, há uma frente unificada de operadores de segurança pública e todos querem reposição salarial dos últimos sete anos e reestruturação de carreiras. O governo afirma que o diálogo com as categorias ocorre por meio da Secretaria de Segurança Pública e dos comandos das polícias e dos bombeiros.

No Piauí, servidores conseguiram aumentar o pagamento de operações especiais de R$100 para R$150 em dias de semana e para R$200 aos finais de semana.

Há ainda negociações salariais em curso nos estados do Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Alagoas, Santa Catarina, Sergipe e Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Norte, depois de uma paralisação de um dia, o governo do estado fechou acordo com policiais civis, com reajuste médio de 15%.

Tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, os governadores Wilson Witzel (PSC) e João Doria (PSDB) estão enfrentando a fúria dos servidores desde o ano passado. O reajuste salarial de 5% anunciado por Doria para a PM paulista foi criticado por policiais, que acusam uma defasagem salarial de cerca de 40%. No Rio, o acordo de recuperação fiscal com a União impede reajustes salariais para a polícia.

O exemplo que as entidades têm usado durante as solicitações é o reajuste salarial adotado por Minas Gerais, de 41,7%, que Doria tem criticado firmemente em entrevistas para a mídia. “Não é uma medida que afeta apenas Minas Gerais, afeta o país. Somos 27 Estados e a medida de Minas, afeta o país. Somos 27 Estados e a medida de Minas Gerais, se adotada for, ela coloca sob pressão todos os demais governadores”, disse.

Opinião da categoria

A fim de conhecer mais a fundo a opinião da categoria, o SIPESP promoveu uma enquete, que ficou disponível no site da entidade entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

Intitulada “O que você achou do reajuste salarial de 5% oferecido pelo governo?”, o intuito da pesquisa era de mostrar ao governador João Doria a real consequência da desvalorização dentro da Polícia Civil de São Paulo e o posicionamento dos policiais civis com relação às últimas medidas tomadas por ele.

Com 283 votantes, foi revelado que a categoria segue insatisfeita e pede uma nova mobilização.