Candidato a Deputado Federal pelo Solidariedade visita o SIPESP e fala sobre suas propostas para a Polícia Civil e os sindicatos de trabalhadores, além do importante papel exercido pelos sindicatos nesse processo. Confira a entrevista.

O projeto de receber os candidatos às Eleições de 2022 no Sindicato continua ativo, mesmo há 36 dias do primeiro turno, no dia 2 de outubro.Nesta quinta-feira, 25, o candidato a Deputado Federal Paulinho da Força, do Solidariedade, marcou presença na sede do SIPESP para falar com a Polícia Civil sobre seus projetos e focos de campanha.

Recebido pelo presidente do SIPESP, João Batista Rebouças da Silva Neto, o candidato conheceu a sede do Sindicato e os problemas enfrentados tanto pela entidade quanto pela Polícia Civil Paulista. “Nós sabemos que o Paulinho trabalha, o Paulinho luta. Nós queremos que os sindicatos se reergam. Nos últimos 5 anos os sindicatos perderam força e tentaram acabar com tudo o que construímos na defesa dos trabalhadores. Mas nós estamos sobrevivendo e honrando aquilo que prometemos: lealdade aos colegas e à Polícia Civil na luta pela categoria”, contou o presidente do SIPESP. “Por isso tenho a certeza de que o Paulinho será uma porta aberta não só na Câmara Federal, mas no Estado de São Paulo também”.

Paulinho, por sua vez, lembrou algumas histórias vividas ao lado do SIPESP e do presidente Rebouças, nas lutas pelos direitos da categoria. “Quero ressaltar a importância de estarmos juntos. Meu objetivo hoje é defender os direitos e interesses de todos os trabalhadores. Estou no Congresso Nacional há 16 anos e a minha função principal no Congresso é defender os interesses e direitos dos trabalhadores. E nesse período enfrentamos muitas dificuldades, especialmente nos últimos anos”, contou o candidato. “A reforma trabalhista teve um único objetivo: destruir a estrutura sindical. Fica muito mais fácil tirar os direitos que nós temos se destruir os sindicatos”.

Segundo Paulinho, uma pesquisa do DataFolha apontou que a importância do Sindicato cresceu a vida das pessoas: antes estava em 38%, hoje já está em 47%. “As pessoas estão percebendo a importância e a falta do sindicato na vida delas”, disse.

PROPOSTAS

“Há poucas pessoas no Congresso para defender os trabalhadores”, afirmou Paulinho da Força. “Me falem quatro deputados federais que defendem os trabalhadores no Congresso Federal. Não tem. E vimos isso na Reforma Trabalhista”.

Para ir na contramão da desvalorização dos trabalhadores, entre as principais iniciativas do candidato para o próximo ano está a de construir uma política com salário mínimo, com aumento real de salário. “Isso não ajuda vocês, mas tem 40 milhões de pessoas que vivem do salário mínimo”, disse.

Outra proposta é aprovar 14º salário para aposentados. Esse projeto, de acordo com Paulinho, precisa ser aprovado em apenas duas comissões. “Temos que ter uma política para os aposentados, que não tem quase nenhum benefício”.

Na área sindical, Paulinho da Força pretende promover uma reestruturação dos sindicatos, como forma de incentivar a representatividade. “Os sindicatos com representatividade sobrevivem; se não tiver [representatividade], morre”, falou. O candidato apontou que existem cerca de 5600 sindicatos de trabalhadores e 2500 de empresários, atualmente. “Não tem nem tanta categoria para essa quantidade de sindicato. Isso, na verdade, só ajudou a dividir as categorias”.

Ainda no âmbito sindical, o candidato afirmou que a ideia é instituir os direitos conquistados pelos sindicatos apenas para quem contribuir com o trabalho das entidades representativas. “Hoje o trabalhador pega a cartinha, vai no sindicato e diz que não quer pagar. Claro que ninguém é obrigado a pagar o sindicato, mas o sindicato só passará a negociar para quem paga”.

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SIPESP: Como o candidato pretende apoiar a categoria dos policiais civis?
PAULINHO DA FORÇA: Eu tenho uma relação histórica com o Sindicato dos Policiais Civis, com os investigadores. Minha relação com o Rebouças é de 20 anos ou mais e a gente fez muita confusão juntos aqui nessa cidade em defesa dos trabalhadores da Polícia Civil. Foram momentos importantes da categoria. Como deputado federal há 16 anos, tenho muitos relacionamentos, não só em Brasília, mas também em São Paulo. Então estou me colocando à disposição da categoria para poder saber quais são as reivindicações, quais legislações precisam ser alteradas para que a gente possa melhorar a vida da Polícia Civil.

SIPESP: E de que forma seria esse apoio?
PAULINHO DA FORÇA: Procuro fazer esse papel de levar para dentro do Congresso as reivindicações, as lutas dos trabalhadores da Polícia Civil, da Polícia Militar e Federal. Então é isso que vou fazer: vou atuar e ajudar diretamente nas reivindicações da Polícia Civil de São Paulo.

SIPESP: Como um forte representante do sindicalismo no Brasil, o que o senhor acha dos sindicatos atualmente?
PAULINHO DA FORÇA: Os sindicatos tiveram uma baixa violenta e a Reforma Trabalhista teve um único objetivo: destruir os sindicatos. Quando ela tirou os recursos dos sindicatos, ela enfraqueceu demais as entidades. O Sindicalismo passa, talvez, pelo pior momento da história do Brasil. Conheço a história do movimento e sei que é o pior momento. Nem na época da Ditadura passou dificuldade como está passando agora.

SIPESP: Qual a sua proposta para ampliar a atuação dos sindicatos?
PAULINHO DA FORÇA: Agora, há um enfraquecimento muito grande no movimento. Estou trabalhando com uma PEC que foi apresentada pelo ex-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, que muda a estrutura sindical. A gente sai dessa coisa de unicidade, reciprocidade e vai para representatividade – negociação e quantidade de sócios. Ou seja, para os sindicatos sobreviverem terão de ter representatividade. Por setor de categorias – o da polícia, por exemplo, seria um sindicato único. Um da Polícia Civil, um da Polícia Militar, etc. Tira oficialmente o estado da relação capital de trabalho. O Sindicato de trabalhadores terá uma espécie de Câmara e essa Câmara vai decidir a questão sindical dos trabalhadores e uma do patronal. E quando for questão nacional, elas se juntam e se livram oficialmente do Estado. Acreditamos que no próximo ano conseguiremos votar nessa PEC e modernizar essa relação.