Passeata unificada das polícias paulistas reuniu investigadores, escrivães, delegados, peritos da Polícia Técnico-Científica e oficiais, cabos, soldados e pensionistas da Polícia Militar.

Nesta sexta-feira, dia 15 de outubro, a Polícia Civil participou da manifestação unificada das polícias paulistas para reivindicar aumento salarial. O ato aconteceu em frente ao Quartel da Luz, na sede do batalhão das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

O SIPESP, representado pelo presidente João Batista Rebouças da Silva Neto, pela diretora jurídica Maria Helena Torres e pelo diretor Joraci de Campos, esteve presente em apoio à iniciativa, que visa a valorização da categoria, que enfrenta um sucateamento histórico.

“Temos que aparecer, nos manifestar, mostrar a força da nossa categoria para que consigamos alcançar nossos objetivos. Não adianta ficarmos reclamando se não estamos dispostos a lutar. Hoje, o SIPESP veio para dizer que estamos presentes, que estamos lutando e que vamos persistir na resolução dos problemas pelos quais somos procurados diariamente – por associados ou não – para resolver”, ressaltou Torres.

A luta pelo reconhecimento

A manifestação relembrou a campanha eleitoral do atual governador de São Paulo, João Doria, quando prometeu promover um reajuste nos salários dos policiais ao longo dos quatro anos de gestão e afirmou que a polícia seria uma das mais bem pagas do Brasil. Em 2019, Doria aplicou um reajuste de apenas 5% e, desde então, não houve mais qualquer aumento para a categoria.

Para o presidente do SIPESP, a polícia tem de fazer pressão também na Assembleia Legislativa. “Nós já tivemos reuniões com inúmeros deputados para obrigá-los a olhar para a nossa polícia. Nós temos nível superior, temos que ganhar como tal. Não podemos separar a polícia. A união tem que ser fortalecida por dentro, não ser segregada por Projetos de Lei, como já foi sugerido por algumas instituições. Queremos legitimidade e respeito pelas nossas condições de trabalho”, afirmou Rebouças. “Me incomoda muito a polícia civil estar sendo dominada por interesses políticos, deixando de lado as verdadeiras prerrogativas”.

Atualmente o déficit na Polícia Civil de São Paulo ultrapassou a barreira de 15 mil policiais. De janeiro de 2019 a setembro de 2021, a Polícia Civil paulista passou de um déficit de 13.5 mil para 15 mil. E em números absolutos, a carreira onde faltam mais profissionais é a de investigador, com déficit de 3.6 mil postos.

“O déficit na carreira de investigador de polícia é um problema real que estamos cientes e é uma pauta que somos lembrados diariamente por pessoas que estão aguardando a posse até hoje. É um desrespeito com quem espera e com quem tem de trabalhar em dobro para suprir a necessidade da Polícia Civil”, alertou o presidente do SIPESP.

O que diz a Secretaria de Segurança Pública

“A Secretaria da Segurança Pública, desde o início da atual gestão, tem adotado medidas para valorizar e reconhecer o trabalho dos policiais, bem como recompor o efetivo das instituições, impactado principalmente pela ausência de concursos em anos anteriores.

Desde 2019, mais de 2.2 mil policiais civis já foram contratados e estão atuando em todo o Estado. Além destes, outros 81 estão em formação na Academia de Polícia e, neste mês, foi autorizada a contratação de mais 2.7 mil policiais civis.

Em respeito ao compromisso de recuperar os vencimentos dos agentes de segurança estaduais, ainda em 2019, o governo concedeu um reajuste salarial e estabeleceu um pacote de valorização profissional. Paralelamente, ampliou em 50% o bônus por resultados. Somadas, essas iniciativas geraram um impacto de R$ 1,5 bilhão no orçamento estadual.